Esportes radicais em Gravatá

Gravatá, situada a 85 km do Recife, demarca a separação entre a Zona da Mata e o Agreste pernambucano; localizada a uma altitude de quase 500 m, tem um clima ameno que agrada àqueles que querem uma pausa do calor da capital – diversos condomínios e uma boa infraestrutura de serviços foram criados para atender a esses visitantes.

Um lado menos conhecido de Gravatá é que a  cidade também é destino para quem quer liberar a adrenalina e se aventurar num esporte radical, o rapel. O rapel é uma variedade do alpinismo, praticado verticalmente e com cordas, possibilitando a descida de paredões, por exemplo.

O lugar é a Ponte do Cascavel, com 48 metros de altura (foto: Prefeitura de Gravatá). A ponte foi construída para sustentar uma antiga via ferroviária, construída no século 19, para ligar Recife ao sertão.

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Para se chegar à ponte, percorre-se primeiro um trecho de carro, por aproximadamente 1 km,  em estrada de barro e bastante acidentada, que requer cuidado na direção. A partir de um certo ponto, é necessário caminhar a pé, sobre os trilhos da antiga ferrovia.

O rapel executado no pontilhão é chamado de negativo, porque é feito ao ar livre, sem apoio para os pés. Somente no início da descida os pés podem ser apoiados na estreita estrutura de concreto da ponte; depois, toda a descida é realizada sem ter aonde se apoiar, dando a sensação de queda livre. Apesar de ter a oportunidade de se sentir suspenso e de poder admirar a paisagem de um ângulo e espaço diferentes, o grande barato do rapel está mesmo na superação, no fato de estar fazendo aquilo.

Para iniciante, o momento mais difícil é o que os instrutores de rapel chamam de “abordagem”; na ponte, a abordagem consiste em sentar na beirada da ponte e, em seguida, colocar as duas pernas para fora. A partir daí, a descida é mais tranquila; utiliza-se uma cadeirinha, que pode gerar certo desconforto mas aumenta a segurança. No meio da descida, o instrutor deixa o aventureiro sozinho e o faz descer com mais velocidade.

Para que tudo saia bem, é indispensável ser orientado e acompanhado por um bom instrutor. O carioca Anilson Ribeiro, do Grupo de Atividades Verticais e Ecoturismo, o Grave Rapel, de Gravatá, pratica esse esporte há dezesseis anos. Antes de autorizar o novato a fazer o rapel, Anilson explica a origem do esporte, as normas de segurança e ensina o passo-a-passo, contribuindo para o encorajamento de quem ficar com dúvida de fazer.

O esporte é contraindicado para quem tem histórico de saúde com epilepsia, é hipertenso ou tem problemas cardíacos. Num grupo de dez pessoas (quantidade mínima), cada uma paga R$ 25, por quantas vezes quiser descer.